Crítica a Álbum :: Ol' Jolly Roger - From The Depths We Rise (2014)
2014-10-10 10:35:59 | Hugo Miguel Delgado
Os Ol' Jolly Roger são um colectivo de Setúbal e apresentam-se como a primeira banda portuguesa de Pirate Folk Metal. Três anos após a sua formação, vêm apresentar o seu EP de estreia From The Depths We Rise, constituído por 6 temas interpretados por André Lúcio na voz, Luís Cordeiro no baixo, Ruben Gonçalves na bateria, Pedro Raposo no teclado e Vitor Silva na guitarra.
O EP abre com Mead, bem ao estilo dos Alestorm com riffs orelhudos, refrões em coro, acordeão pelo meio e letra divertida. Se musicalmente o tema está bem conseguido, ao nível da letra temos a apontar algumas lacunas resultantes de quem não tem o inglês como primeira língua, faltando um vocabulário mais diversificado e mais atenção à ortografia. Este género musical pede melodias e letras fácilmente audíveis e memorizáveis, pelo que se exige trabalho e atenção extra na construção das letras para que se escape a repetições, a rimas fáceis ou a rimas forçadas. [song}Revenge já se afasta um pouco da sonoridade do tema anterior, introduzindo vozes guturais a alternar com uma voz limpa que aqui se apresentou algo perdida no meio do tema, sempre a correr atrás do instrumental. Estamos em crer que esta falha mereceria outro tipo de atenção por parte da produção se de um álbum se tratasse, ainda assim não deixa de afectar o resultado final do tema. Em Crack Jenny's Teacup também sentimos um pouco esse desencontro entre a voz principal e os instrumentos, assim como uma falta de pujança no som, pedindo outro esforço ao nível da produção e mistura. Em Adamastor temos um tema com letra em português, com algumas boas ideias e melodias interessantes, mas com os instrumentos a tocar cada um para o seu lado em muitas ocasiões. Foi pena, pois o tema tem potencial. As vocalizações são feitas num estilo distinto do usado nos temas anteriores, mas com uma melhor mistura cremos que se enquadraria de forma adequada às linhas melódicas. O tema seguinte Black Flag apresenta também boas ideias, aproximando-se novamente de forma mais clara do território dos Alestorm mas não tanto quanto no tema de abertura. Para encerrar o EP encontramos ainda o tema Crack Jenny's Teacup em versão de 8bits, algo que também tem sido feito pela já referida banda escocesa, mas com temas mais orelhudos. Neste caso estamos em crer que a escolha deveria ter recaído no tema de abertura Mead.
Concluindo esta análise ao EP de estreia dos Ol' Jolly Roger, temos 2 principais reparos a fazer. O primeiro tem a ver com a produção, praticamente inexistente. A sequência de temas do EP apresenta qualidades de som e misturas bastante diferentes entre eles, parecendo simplesmente um conjunto de temas gravados em momentos, locais e condições distintas, sem que tenha havido o cuidado de posteriormente tentar homogeneizar o resultado final global. Isso também explicaria o conjunto de situações que deveriam ter sido alvo de regravação para corrigir os desencontros de tempo entre instrumentos ou intrumentos e vozes. O outro principal reparo prende-se com a natural colagem a Alestorm. Natural porque estes são realmente o maior expoente deste sub-género do Metal e porque os Ol' Jolly Roger têm ainda muito pouco tempo de vida como banda, não tendo ainda encontrado a sua própria sonoridade. Será necessário mais tempo e um maior espírito de auto-crítica que lhes permita separar as águas e manter-se em território de Pirate Folk Metal sem com isto soar a cópia do original.
Para já, as lacunas indicadas têm necessariamente o seu peso na avaliação final a este trabalho, mas se no futuro estes piratas conseguirem alcançar a sua sonoridade (bastaria por exemplo encontrarem um ponto intermédio algures entre Mead e Adamastor) e investirem numa produção cuidada, teremos aqui uma banda bem interessante e certamente divertida, pois as ideias estão visíveis/audíveis, basta trabalhá-las. Vamos ficar atentos à evolução da banda - e, se possível, tentar apanhá-los a tocar ao vivo, pois certamente será animado! Quanto a este From The Depths We Rise, estreia-se com um 50 / 100.
Rating: 50%
O EP abre com Mead, bem ao estilo dos Alestorm com riffs orelhudos, refrões em coro, acordeão pelo meio e letra divertida. Se musicalmente o tema está bem conseguido, ao nível da letra temos a apontar algumas lacunas resultantes de quem não tem o inglês como primeira língua, faltando um vocabulário mais diversificado e mais atenção à ortografia. Este género musical pede melodias e letras fácilmente audíveis e memorizáveis, pelo que se exige trabalho e atenção extra na construção das letras para que se escape a repetições, a rimas fáceis ou a rimas forçadas. [song}Revenge já se afasta um pouco da sonoridade do tema anterior, introduzindo vozes guturais a alternar com uma voz limpa que aqui se apresentou algo perdida no meio do tema, sempre a correr atrás do instrumental. Estamos em crer que esta falha mereceria outro tipo de atenção por parte da produção se de um álbum se tratasse, ainda assim não deixa de afectar o resultado final do tema. Em Crack Jenny's Teacup também sentimos um pouco esse desencontro entre a voz principal e os instrumentos, assim como uma falta de pujança no som, pedindo outro esforço ao nível da produção e mistura. Em Adamastor temos um tema com letra em português, com algumas boas ideias e melodias interessantes, mas com os instrumentos a tocar cada um para o seu lado em muitas ocasiões. Foi pena, pois o tema tem potencial. As vocalizações são feitas num estilo distinto do usado nos temas anteriores, mas com uma melhor mistura cremos que se enquadraria de forma adequada às linhas melódicas. O tema seguinte Black Flag apresenta também boas ideias, aproximando-se novamente de forma mais clara do território dos Alestorm mas não tanto quanto no tema de abertura. Para encerrar o EP encontramos ainda o tema Crack Jenny's Teacup em versão de 8bits, algo que também tem sido feito pela já referida banda escocesa, mas com temas mais orelhudos. Neste caso estamos em crer que a escolha deveria ter recaído no tema de abertura Mead.
Concluindo esta análise ao EP de estreia dos Ol' Jolly Roger, temos 2 principais reparos a fazer. O primeiro tem a ver com a produção, praticamente inexistente. A sequência de temas do EP apresenta qualidades de som e misturas bastante diferentes entre eles, parecendo simplesmente um conjunto de temas gravados em momentos, locais e condições distintas, sem que tenha havido o cuidado de posteriormente tentar homogeneizar o resultado final global. Isso também explicaria o conjunto de situações que deveriam ter sido alvo de regravação para corrigir os desencontros de tempo entre instrumentos ou intrumentos e vozes. O outro principal reparo prende-se com a natural colagem a Alestorm. Natural porque estes são realmente o maior expoente deste sub-género do Metal e porque os Ol' Jolly Roger têm ainda muito pouco tempo de vida como banda, não tendo ainda encontrado a sua própria sonoridade. Será necessário mais tempo e um maior espírito de auto-crítica que lhes permita separar as águas e manter-se em território de Pirate Folk Metal sem com isto soar a cópia do original.
Para já, as lacunas indicadas têm necessariamente o seu peso na avaliação final a este trabalho, mas se no futuro estes piratas conseguirem alcançar a sua sonoridade (bastaria por exemplo encontrarem um ponto intermédio algures entre Mead e Adamastor) e investirem numa produção cuidada, teremos aqui uma banda bem interessante e certamente divertida, pois as ideias estão visíveis/audíveis, basta trabalhá-las. Vamos ficar atentos à evolução da banda - e, se possível, tentar apanhá-los a tocar ao vivo, pois certamente será animado! Quanto a este From The Depths We Rise, estreia-se com um 50 / 100.
Rating: 50%
